29 de dezembro de 2011

O que fica da espuma dos dias - II



Escrevo mal.

Custa mas reconheço-o.
Não respeito regras gramaticais, atropelo pontuação e amontoo ideias.

Mas admiro os Mestres.

Entre eles Alves Redol.

Nasceu faz hoje 100 anos o impulsionador do neo-realismo literário em Portugal.

Sempre admirei Alves Redol. Profundamente.

Leio nas páginas de “A Bola” que Alves Redol admirava o Sport Lisboa e Benfica.
Reforçam-se os laços entre mim e o centenário escritor. Ao autor de “Gaibéus” e “Barranco de Cegos” só faltava mesmo apoiar o Maior Clube do Mundo.

Há seres assim.

Que roçam a perfeição.

Alves Redol foi um intelectual. Um dos maiores de sempre. E para ele o desporto não era algo de menor ou desprezável. Antes um veículo de transmissão fundamental de valores e ideais.

E não será o nosso Benfica um repositório de ideologia, de ideais e crenças?

Atrevo-me a dizer que sim.

Como se prova na nossa centenária história e como as páginas 32 e 33 do jornal “A Bola” afloram a certa altura.

Voltemos a Redol e à forma como o génio usou o desporto para fazer oposição ao antigo regime. Assinalemos a finura de estilo que lhe permitiu usar um suposto jornal desportivo para fazer passar a sua mensagem.

As páginas 32 e 33 do jornal “A Bola” do dia de hoje são um hino à cultura e ao papel do desporto na vida pública.

Uma bonita homenagem a um revolucionário que também através do desporto chegou às massas. Conhecem melhor forma?

A páginas tantas lá vem uma referência a Cândido de Oliveira que permitiu a Redol usar as páginas de “A Bola” para fazer oposição ao regime.

O mesmo jornal “A Bola” que hoje tem um director que se permite censurar cronistas.

Como são tortuosos os caminhos do futuro.

Quem sabe um dia “A Bola” volte ao passado.

Quem sabe?

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