12 de dezembro de 2011

Sofrido

Como se esperava.
Ninguém esperava que o Benfica fosse à Madeira ganhar fácil. Ninguém o deveria pelo menos esperar. Porque o Marítimo tem tudo para tacticamente causar incómodo a uma equipa como o Benfica. Pela conjuntura. Pelo passado recente. Pela história e simbolismo do jogo.
Comecemos então.
O Marítimo é de longe uma das equipas com o futebol mais incómodo para o Benfica sobretudo sem Luisão e a voz de comando que ele representa. Uma equipa que defende bem, preenche bem o meio campo e ataca em velocidade com bolas nas costas. Parecido com o Feirense só que em vez de Ludovic há Sami. No meio Roberto Sousa e Olberdam impedem as progressões em tabela de Aimar e companhia. Nas laterais os extremos do Marítimo fecham por regra bem. E convenhamos que bolas na velocidade de Sami para as costas dos nossos defesas não são propriamente um tipo de jogo com o qual nos possamos sentir confortáveis. O tipo de pressão que o Benfica tenta aplicar na saída adversária só pode ser combatido da forma que o Marítimo o fez. Bola rápida e directa nas costas da defesa. A juntar a tudo isto não me parece que Witsel tenha estado particularmente rápido ou eficaz a combater o primeiro passe de saída maritimista.
A conjuntura não ajudava. Voltarei a isto num próximo texto, mas não é fácil disputar um jogo de Champions e recorrentemente jogar fora na jornada seguinte do campeonato. E isso aconteceu-nos quase sempre. Voltarei a este assunto num texto futuro porque sinto que este facto não tem vindo a ser devidamente valorizado. Para juntar a tudo isto a história recente moralizava o Marítimo. Com razão. Afinal este ano foram a única equipa capaz de vencer o SLB. Seria natural que se encontrassem confiantes e moralizados. Por último o simbolismo do jogo. Já todos o disseram. Jogar contra o Benfica é o jogo do ano. Casa cheia. Vontade de vencer no máximo. Vontade de deixar marca muito vincada. É assim contra o Benfica. Só assim se explica a diferença de atitude em relação aos jogos que fazem com os nossos mais directos adversários. Só assim se explica a conversa tola do treinador no final do jogo. Façam o exercício de memória e procurem lá um treinador que contra o fóculporto tenha criticado um “apitadeiro” de forma tão desabrida como o fez Pedro Martins contra o Benfica. Encontram? Eu não tenho memória. Porque contra o Benfica não querem mesmo perder. Custa-lhes. Dói muito. Porque é neste jogo que jogam uma época e o mediatismo de dias a fio. Não esqueço que perdemos com eles a uma sexta e na segunda-feira seguinte a Antena 1 ainda abria jornais desportivos com entrevistas aos heróis da eliminação benfiquista. É… Contra o Benfica uma vitória vale por cinco.

Tudo dito, a verdade é que ninguém poderia prever um jogo fácil. Não o foi. Por mérito adversário mas também por falta de velocidade nossa. Mais do que velocidade faltou dinâmica. E esta é a palavra-chave do nosso jogo. Estamos sem dinâmica. Por cansaço? Talvez. A época começou realmente cedo. As férias farão bem. Estou seguro.
A equipa não tem capacidade de rasgo. De explosão. Falta energia. Rapidez.

Artur – Limitou-se a ser seguro quando teve de o ser. Não me lembro de uma defesa difícil.

Maxi – Entre o bom e o mau. Atacou bem. Dá profundidade ao lado direito. Teve uma falha incrível que deu perigo ao Marítimo.

Jardel – Mais seguro do que o costume mas não me encanta e ponto final. Aquela falta ao fim do jogo e a forma como abalroou Javi são coisas que não se explicam num jogador do Benfica.

Garay – Sempre seguro. Confiante. Tranquilo.

Emerson – Fraco a atacar. Atrapalhado com a bola. Frágil a defender. Carece urgentemente de alternativa.

Javi Garcia – Sem palavras. Grande jogador.

Witsel – Pareceu-me lento. Não ponho em causa a utilidade táctica mas pareceu que poderia ter saído sempre com mais velocidade para a frente.

Bruno César – Para esquecer.

Rodrigo – Esforçado. Dedicado. Sem grandes chances.

Aimar – Curiosamente parece o jogador do Benfica em melhor forma. Mesmo quando não me deslumbra, encanta. Sabe jogar à bola. Continua a irritar-me a vontade constante de dar um toque mais na bola em vez de a chutar. Podia ser goleador atentas as vezes em que se percebe que se chutasse podia marcar.

Cardozo – Que dizer? Falha uma bola que até a minha avó metia mas no final de contas é dele o golo salvador. Era só empurrar? Era! Mas ainda me lembro de quando não havia ninguém que estivesse à hora certa no local exacto.

Amorim – Começo a ficar sem pachorra. A inteligência que o tornava uma mais-valia começa a ameaçar desaparecer. E nesse caso deixa de ter utilidade.

Saviola – Mais uns minutos em campo sem nada de relevo.

Nolito – Foi o “desbloqueador” que o Benfica necessitava. Muito importante. Jesus viu bem a saída de Heldon. Mas o espanhol é mesmo a “gazua” que vai abrir muitas defesas fechadas. Gostei muito.

Vamos a factos: O Benfica começou a época antes de todos. Tem de estar mais desgastado. Ao contrário de outros o Benfica jogou reiteradamente fora depois de jogos europeus. Ao contrário de outros o Benfica já jogou fora nos campos onde tradicionalmente tem mais dificuldades. Faltam Alvalade e Guimarães. Dragão, Pedreira, Barreiros e Choupana já estão…

Passo a passo cada vez acredito mais no 33º.

Dia 16/12/2011 é muito importante um estádio cheio. Para deixar a equipa no primeiro lugar na quadra natalícia. A equipa precisa de nós. Eu vou lá estar!

Carrega BENFICA!!!

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