31 de dezembro de 2011

Balanço (até ao presente momento)

Já tinha confessado em posts anteriores que não esperava por uma grande época da nossa equipa e a principal justificação que dei foi a de que o nosso plantel estava desequilibrado nas alas, tanto na defesa como no ataque (tal e qual como na época passado). Apesar de essa debilidade só estar a ser evidenciada nos últimos jogos, é um facto que a prestação da nossa equipa foi soberba na primeira parte da época desportiva 2011/2012.

Estamos na frente da Liga, ficámos à frente no grupo da Liga dos Campeões com o consequente apuramento para os Oitavos-de-Final, e só a eliminação (justa) na Taça (que foi a única derrota em jogos oficiais) manchou este brilhante desempenho. Mas não podemos esquecer que o grande objectivo é o campeonato e se formos eficientes nos jogos em nossa casa e encaramos cada uma das jornadas como sendo a final do Campeonato do Mundo, o Benfica será certamente campeão.

Mas para atingir esse objectivo (continuo a insistir no mesmo ponto): PRECISAMOS DE SOLUÇÕES PARA AS LATERAIS! O Máxi precisa de concorrência; O Emerson apesar de ser um jogador razoável, tem cumprindo (com alguma dificuldade) aquilo que lhe pedem, mas exige-se um reforço de qualidade inegável para aquela posição; O Gaitán e o Nolito têm sido os elementos mais desequilibradores nas alas ofensivas, mas não temos substituto com características idênticas, sobretudo no um-para-um, em caso de necessidade (a opção podia ser o Pérez, mas ele auto-excluiu-se).

Temos de contar com aquilo que temos e tentar fazer o melhor que pudermos, e até ao momento, o grande responsável pelo percurso realizado é o nosso treinador que conseguiu fazer do Benfica uma equipa tecnicamente e tacticamente muito forte. A nossa equipa já não entra em campo, numa correria doida à procura do golo de qualquer jeito, descurando alguns aspectos que são importantes. Actualmente somos mais eficazes, mais competentes e isso reflecte-se nos resultados… Agora há que continuar o mesmo caminho… Mas sempre, sempre, sempre com os pés no chão… Ouviu Dr. Luís Nazaré?


OS MELHORES:


Garay:
Os grandes jogadores raramente precisam de se “adaptarem” aos novos clubes e desde que se estreou com a nossa camisola, o rendimento defensivo da equipa melhorou substancialmente se compararmos com a 2ª metade da época passada. Até ao momento, considero-o como o melhor reforço da época.

Artur:
Chegou para resolver um dos maiores problemas que tínhamos no plantel da época transacta e consegui-o através da tranquilidade evidenciada em cada jogo, ao que se junta as fantásticas defesas que nos garantiram pontos preciosos.

Gaitán:
Depois de um ano de “adaptação” ao futebol português/europeu, esta época tem corrido muito bem ao argentino. Ele tem sido o principal desequilibrador no ataque encarnado, cada vez mais eficaz no um-para-um e neste momento não encontro alguém dentro do plantel que o consiga igualar nesse aspecto (Nolito ainda está a alguma distância, mas promete). Os grandes clubes europeus têm-no observado, mas não vai ser nada barato levarem-no de outro grande clube europeu (o maior de todos).

Aimar:
Está a fazer a sua melhor época de águia ao peito e isso deve-se à melhoria da sua condição física. Hoje vemos o Aimar a atacar, defender, pressionar e resistir os 90 minutos em grande forma. Só não lhe peçam para jogar 3 vezes por semana, apesar de eu achar que ele o conseguia fazer, mas prefiro não arriscar. A sua magia justifica a compra de um bilhete e isso diz tudo, aliás já o Maradona também o dizia…

Witsel:
Excelente contratação! O nosso meio-campo ganhou consistência e dinamismo, e o resultado disso foi a nossa invencibilidade durante alguns meses. Os processos defensivos e ofensivos ganharam mais um elemento, e com o belga em campo parece que conseguimos jogar com mais um elemento do que o adversário. Felizmente já podemos “esquecer” o Ramires…


AS DESILUSÕES:

Capdevila:
Continuo a aguardar que alguém se responsabilize por esta aquisição. Mais incompreensível é vê-lo a fazer papel de figurante numa gala em Kiev ao mesmo tempo que a equipa estava na Madeira pronta a ser eliminada pelo Marítimo, ou vê-lo a jogar ao lado de grandes lendas do futebol (já reformadas) em jogos de solidariedade. Foi para isto que foi contratado? Será que precisávamos de um “embaixador” para esses eventos?

Rúben Amorim:
Todos reconhecemos a utilidade do Rúben no nosso plantel. Mas é importante relembrar que ele teve vários problemas físicos e que foi alvo de uma intervenção cirúrgica aos dois joelhos, e por isso mesmo a grande preocupação passaria por debelar definitivamente esses problemas. Mas para isso acontecer é preciso ter muita paciência, jogar alguns minutos, sem esforçar ao máximo, tal e qual como se fez em relação ao Aimar. Continuar a fazer dele um Defesa Direito é insistir num erro crasso, sobretudo quando essa posição exige grande disponibilidade física do atleta (veja-se o caso do Capdevila). Infelizmente o seu comportamento nos últimos tempos deixou muito a desejar. Sendo ele benfiquista e sócio, deveria perceber que acima dos interesses dele está a instituição Sport Lisboa e Benfica e por muito que queira participar no EURO 2012, é o Benfica quem lhe paga os ordenados... Estou descontente pelo seu fraco (mas compreensível) desempenho em campo, e extremamente desiludido pelo seu comportamento fora dele…

Enzo Pérez:
Chegou, viu e perdeu… Perdeu uma bela oportunidade de ser um grande jogador no palco europeu. Apresentou as naturais dificuldades de adaptação (essa coisa maldita que persegue os jogadores sul-americanos – sobretudo no Benfica), e depois lesionou-se. Mas o pior veio depois, e quando se exigia grande esforço mental para ser uma mais-valia no nosso meio-campo que já sentia algum cansaço, decidiu ter saudades do clube de onde veio. Parece que na Argentina ele era endeusado, mas no Benfica para se chegar a esse patamar tem que o justificar dentro e fora do campo e isso exige muito trabalho, empenho, ambição e muito respeito pelo clube e os seus adeptos. O Benfica tem de fazer deste caso um exemplo para que no futuro isto não se volte a repetir.

Saviola:
Depois do rendimento extraordinário da primeira temporada e do eclipse na segunda, esta época decidiria se o Saviola era uma opção válida ao ponto de lhe renovarem o contrato ou não. Acho que é consensual que o seu rendimento está bastante aquém daquilo que é capaz de fazer, da sua experiência e sobretudo do seu vencimento. A continuar assim, o seu futuro está mais do que definido e não passará pelo Benfica (infelizmente).

Rodrigo Mora:
Ele já demonstrou alguns pormenores interessantes, sobretudo na velocidade e na facilidade em rematar à baliza. Mas será que isso chega para se ser jogador do Benfica? Acho que a resposta está na sua quase nula utilização…


A REVELAÇÃO:


Rodrigo:

Não esperava que tivesse tanto impacto como teve. Chega a rivalizar com alguns jogadores que se presumia como sendo titulares indiscutíveis. Para a idade que tem, demonstra pormenores fantásticos, mas é preciso dar continuidade ao seu processo de evolução, com calma e serenidade, e certamente nascerá dali uma estrela de nível mundial.


OBSERVAÇÕES:


  • Tenho de destacar a grande época do Luisão (pela sua liderança e segurança na defesa), Javi Garcia (pela sua entrega e inteligência táctica) e Nolito (outra revelação que teve um início de época fantástico).
  • Lamento a pouca aposta nos jovens portugueses, sobretudo no David Simão que eu acreditava que teria bastante minutos ao nosso serviço do que os que tem actualmente.
  • Bom ano para toda a nação benfiquista e desejos de grandes conquistas encarnadas!


1 comentário:

  1. Para mim o melhor reforço da época foi o Artur. Acredito que seja mal batido num lance futuro, mas deixa-me totalmente descansado (cantos, livres, 1 para 1) a ver os jogos do nosso Benfica.

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