10 de maio de 2011

Diatribes

A minha previsão apontava no sentido de hoje escrever sobre a entrevista de Luís Filipe Vieira dada ontem à Benfica TV.

O jornal que leio diariamente fez-me rever prioridades…


Ponto prévio: Sou leitor do jornal “A Bola”. Não sei se pelo grafismo. Se pelos artigos ou por aquilo que se vai escrevendo na concorrência, a verdade é que é o jornal “A Bola” o meu jornal de eleição para ler diariamente.

É delicioso o editorial de hoje escrito por Vitor Serpa.
Para gente inteligente.
Cheio de subliminares, palpites e avisos.
Começa por explicar a manchete do jornal que incomodou Luís Filipe Vieira e que mereceu uma critica do mesmo na entrevista dada no dia anterior à Benfica TV. Vítor Serpa vem dizer-nos que a pergunta “E agora Luís?” que serviu de manchete ao número do dia seguinte ao desaire de Braga não foi para atacar a liderança do Sport Lisboa e Benfica, mas terá sido antes um género de um apelo a que o Presidente se pronunciasse. Este apelo foi feito num tom “sereno e coloquial”, explica-nos o preocupado director de “A Bola”. Perguntar-se-á o leitor: Mas alguma vez “A Bola” titulou “E agora Jorge Nuno?” ou mesmo “ E agora Giorgio?”, só para trazer mais familiaridade à coloquialidade… A verdade é que isso pouco interessa para o caso. O Presidente interpretou legitimamente tal manchete como um assacar de responsabilidades à direcção. E reagiu. Também legitimamente. Está esclarecido que não era disso que tratava “A Bola”. Era antes um apelo “sereno e coloquial” bem diferente do sentimento “amargo e angustiado” dos adeptos benfiquistas. Ainda bem que existe Vitor Serpa para interpretar os nossos sentimentos… Depois, para além de “amargos e angustiados”, somos ainda “pobres e desiludidos” antes de se fazer referência ao facto de LFV ter noção de que teria de fazer uma “conversa em família”. De mestre… Com singela expressão o colunista arruma logo com duas questões pendentes… Por um lado reafirma a razão de “A Bola” ao indicar a necessidade de LVF em justificar-se. Por outro alude às “conversas em familia”. Simpático. Ficamos a saber que LFV é o Marcello Caetano do Benfica actual. Assim. Com uma frase só. Genial! Depois seguem-se no texto um conjunto de interpretações ao gesto de LFV em manter JJ. Pensavam que Vítor Serpa só era bom a interpretar o benfiquista comum? Enganam-se. Sabe muito bem o que vai na cabeça de Luís Filipe Vieira. Onde LFV afirma que não se colocaram critérios financeiros na hora de tomar decisões, Vitor Serpa lê que “há nessa decisão uma lógica de defesa financeira”… Pumba! Tomem lá benfiquistas: Não têm o treinador que querem. Têm de aguentar com este porque não há dinheiro para o pôr fora. Nada mau como pré-condicionamento de expectativas para o ano vindouro! Por último o aviso: LFV “está grato” e “defende uma politica de continuidade, em que ele próprio se envolve e de onde terá de tirar consequências. Para o bem ou para o mal.” Tcahran! Toma lá Vieira. Escolheste o teu caminho. Mas cuidado… No final o Serpa vai julgar!!!

2 comentários:

  1. Olha, caro Quiebro

    Os meus respeitosos sentimentos e os meus sinceros parabéns.

    Respeitosos sentimentos pela da tua inteligência logo, ferida pelo facto de leres esse jornal diariamente que aquilo é coisa para matar 4 ou 5 neurónios de cada vez que passas nas paginas do MST ou do RM ou ainda do EB. O balsamo Leonor não compensa as perdas.

    Parabéns pela analise a mais uma 'serpada' do Censor. Dizia-se dantes no Alentejo o seguinte dito: Lá vai Moura lá vai Serpa e as Pias ficam no meio (nunca entendi o que queria dizer isto tirando o correcto factor geográfico), que pena o Censor não ter ficado pelo meio e alguém tivesse puxado o autoclismo.

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  2. A Bola não só tem tido esse magnifico comportamento de ler as mentes dos Benfiquistas, como ainda tem a decência de não publicar os desmentidos do Benfica a noticias "criadas" pela própria publicação. Assim é fácil ser-se jornalista.

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